RELAÇÕES INTERPESSOAIS: O PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO NA VIDA DO NOVO
CONVERTIDO
¹Ivanilson Soares da Silva; ²Ana Paula Celestino dos
Santos Silva
¹ Concludente do
Ensino Médio, pelo CE. Cônego Aderson Guimarães Júnior; Teóloga pelo Centro de
Formação Ministerial Semente de Vida – CFMSV – MA.
² Concludente do
Magistério pelo CE. Aluízio de Azevedo, Teólogo pelo Centro de Formação
Ministerial Semente de Vida – Pastores da IBPAZ de Volta Redonda.
Caxias - MA – Brazil
INTRODUÇÃO
Relacionamento verdadeiro é o que toda
pessoa quer e não encontra nessa sociedade distorcida. Os valores pessoais não
têm mais crédito. Cada homem e cada mulher possuem um sistema de conceitos
emocionais e morais e espirituais com respeito a si mesmo. O modo como olhamos
para nós mesmo, atribuímos valores a nós e àquilo que sentimos, irá definir o
curso do nosso relacionamento com outras pessoas e com Deus.
A medida em que estamos comprometidos e
envolvidos com nossas atividades, nos permitimos experimentar momentos
singulares de relacionamento profissional, espiritual e pessoal, desnudando a
verdadeira maturidade e habilidades comportamentais presentes em cada um de
nós.
Nossa forma de ser, pensar e agir
influencia diretamente os relacionamentos nas organizações, tanto no secular
como nas de ordem espiritual, trazendo assim um equilíbrio ou desequilíbrio nas
nossas relações interpessoais.
No contexto atual, observa-se que os
valores e a reciprocidade de relacionamento entre as pessoas estão de certa forma
em desequilíbrio e a igreja se torna o ponto central para reabilitar todo o
processo e construção de emoções, valores e relacionamento, trazendo para si a
responsabilidade de consolidar o seu rebanho e nivelar seu povo com uma
consolidação eficaz que se inicia logo no início de vida do novo crente.
Observa-se que o número de pessoas
afetadas com uma auto imagem negativa são capazes de corroer e
destruir o relacionamento entre pessoas, pois na maioria dos casos a pessoa que
se sente inferior se isola, se distancia de tudo e de todos. Passa a não gostar
das atividades sociais e se torna amarga e indesejável. Nestes casos,
precisa-se meditar e verificar como anda sua vida fisicamente, espiritualmente
e emocionalmente. Conhecer suas falhas e aprender como lidar com elas, evita a
ruptura do equilíbrio e ajudar a manter conseguem a harmonia desejada. Quem tem
maior equilíbrio emocional, está mais predisposto a estabelecer relacionamentos
duradouros e saudáveis. É imprescindível a manutenção do equilíbrio entre o
racional e o emocional no que diz respeito a ensinar e a aprender com os erros
e acertos.
A auto-estima elevada é resposta de um
espírito renovado, pois as atitudes falam mais alto do que os pensamentos que
permeiam sua mente. “Quem deseja mudar os
resultados em sua vida, precisa mexer no seu nível invisível, seu mundo
interior, pois é nele que tudo se forma”. (LEGRAND. 2008. p.23). Nesse
sentido, é preciso que haja um equilíbrio ente razão e emoção.
PRINCÍPIOS DA CONSOLIDAÇÃO
A igreja primitiva traz para a igreja
atual um grande legado. Demonstração de amor e vida de comunhão era um dos
princípios mais utilizados na época para que o Senhor Jesus fosse conhecido por
todos. Devemos permanecer na “comunhão dos santos”, consolidando o coração de
todos àqueles que se unem em fé. O apóstolo Paulo é um exemplo de grande
consolidador, que depois de sua conversão, se tornou um homem dócil, que atraia
às pessoas à Cristo através de uma consolidação eficaz.
No
contexto histórico em que se vive atualmente, observa-se que as igrejas
evangélicas neopentecostais estão mais preocupadas com seus fiéis. Há um
cuidado todo especial pela pessoa do novo convertido. Esse ao chegar à igreja e
abraçar a fé, recebe cuidados e um alimento espiritual mais sólido para que o
seu caráter cristão seja forjado. Consolidar um novo discípulo é um papel muito
importante da igreja, pois através desses cuidados, ele será capaz de assimilar
melhor o conhecimento de Deus que lhes será transmitido. Será cuidado e ajudado
a romper com os velhos conceitos de religiosidade que foram impregnados na sua
mente durante sua trajetória de vida.
O discípulo é uma pessoa que requer
atenção do discipulador, que adquiriu conhecimentos para cuidar do mesmo, onde
deverá buscar uma comunicação para que possa atingir seus objetivos. A
comunicação é um instrumento básico a qual contribui para avanços esperados no
acompanhamento, facilitando o diagnóstico para verificar as deficiências a
serem trabalhadas. Evidencia-se a necessidade de formar o caráter de Cristo no
novo discípulo. A medida em que uma pessoa é discipulada, busca -se ensiná-lo a
viver por fé com base solidificada na palavra de Deus, instruí-lo a guardar,
isto é, a obedecer todas as coisas que Jesus ordenou, equipando assim o
discípulo dando-lhe condições de desempenhar bem o seu papel.
Quando Começa o
Processo de Consolidação
Nas relações afetivas verdadeiro ato de dar requer
quatro elementos:
- Se importar – Demonstrando preocupação com a vida e o crescimento do discípulo;
- Responsabilidade – Responder as necessidades físicas, emocionais e espirituais expressadas ou não.
- Respeito – Habilidade de ver a pessoa como ela é, estar ciente de sua individualidade única e consequentemente querer que cresça e se revele como ela é e torne-se a semelhança de Cristo.
Conhecimento – É o cuidar, atender às
necessidades e respeitar o próximo tão profundamente quando o conhece. “... se compreendermos a natureza daqueles que
nos cercam, certamente viveremos melhor e em mais harmonia” (LEGRAND. 2008.
p. 47)
.O relacionamento é
feito a dois e a confiança é a chave para dar certo. O que pode atrapalhar a
confiança é a falta da verdade, trazendo como consequência o medo. Este quando
presente nos relacionamentos compromete de maneira grave a continuidade da
consolidação. Para tanto, se faz necessário ser claro e transparente em tudo,
ser impecável com a palavra, vivendo continuamente falando e tratando com a
verdade, independente das consequências, pois são aspectos fundamentais do
comportamento para construir confiança em bases sólidas.
O consolidador precisa compreender que os
discípulos não são iguais e cada um tem atitudes diferentes para diversas
situações. Enquanto um pode estar vivendo a fé mais intensamente, a outra
embora viva a fé, pode estar com esse desejo numa outra velocidade. É claro que
isso pode criar insatisfação no consolidador, que entrega taças cheias e pode
estar recebendo pela metade, contudo os discípulos vivem em níveis de
intensidades diferentes. Neste caso é preciso não só paciência, mas compreender
a natureza espiritual do discípulo cuja diferença em relação a do consolidador
não é motivo para questionar o seu crescimento. Ter paciência para esperar que
o discípulo desenvolva suas intensidades naturalmente no nível do Evangelho, e
ter a serenidade para perceber que ele não precisa ser necessariamente igual ao
consolidador, mas não se pode permitir que uma pessoa que se decidiu por
Cristo, fique sem uma assistência imediata. A pessoa precisa sentir-se
importante, pois o interesse por sua vida mostrar-lhe-á o quanto ela é
importante.
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