sexta-feira, 23 de abril de 2010

APOSTILA DA DISCIPLINA DE ANTROPOLOGIA - CFMSV Caxias-MA

MATÉRIA ANTROPOLOGIA




PROFESSOR: MARCOS VIANA.

DATA: Março de 2010.



1. BASE DA RELIGIÃO

A religião tem o seu fundamento e a sua razão de ser numa relação vital entre duas pessoas: Deus e o homem. A teologia, para ser fiel à sua significação, deve ocupar-se não só do estudo acerca, de Deus, mas também acerca do homem.

É mister que conheçamos bem o homem para que não caiamos em erro. Um erro neste assunto poderia levar-nos a erros ainda mais graves e perigosos no decorrer do estudo que fazemos tocante às relações entre o homem e Deus. Convém, pois, que conheçamos o homem na sua constituição e nos seus poderes essenciais. É verdade que nem todos os poderes pessoais têm o mesmo valor para o nosso estudo, mas, mesmo assim, são indispensáveis. Tudo quanto pudermos conhecer sobre o homem e sua natureza nos servirá no estudo da sua relação com Deus.

Daremos mais atenção, naturalmente, ao estudo dos poderes essenciais do homem, porque são estes que o separam dos irracio¬nais e melhor o definem.

2. O HOMEM À IMAGEM DE DEUS.

Em Gênesis 5.1,2 Lemos: “No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez. Homem e mulher os criou; e os abençoou, e os chamou pelo nome de Adão (homem), no dia em que foram criados”. O termo hebraico traduzido como “Homem” é ãdãm, o mesmo usado para o nome Adão. O costume de usar o mesmo termo para se referir aos seres humanos masculinos e à raça humana em geral é uma prática cuja origem remonta ao próprio Deus, e não devemos considerá-la passível de objeção ou desrespeitosa.

2.1 – O significado de “imagem de Deus”.

O que isto significa? As palavras hebraicas que exprimem “imagem” (Tselem) e “semelhança” (demüt) se referem a algo similar, mas não idêntico, à coisa que representa ou de que é uma “imagem”. A palavra imagem também pode ser usada para exprimir algo que representa outra coisa.

O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que o homem é como Deus nos seguintes aspectos: capacidade intelectual, pureza moral, natureza espiritual, domínio sobre a terra, criatividade, capacidade de tomar decisões éticas e imortalidade.

2.2 – A queda: a imagem de Deus se distorce, mas não se perde.

O homem ainda traz em si a imagem de Deus? Ou ainda é como Deus? Esta pergunta é respondida em Gênesis 9.6 e Tiago 3.9. Todavia como o homem pecou, ele sem dúvida não é tão plenamente semelhante a Deus como era antes. Sua pureza moral se perdeu, e seu caráter pecaminoso certamente não se espelha na santidade de Deus. Seu intelecto corrompido pela falsidade e pelo engano; suas palavras já não glorificam a Deus; seus relacionamentos muitas vezes são controlados pelo egoísmo, já não pelo amor, e assim por diante. Embora o homem seja à imagem de Deus, em cada aspecto da vida alguns elementos desta imagem foram distorcidos ou perdidos. Em resumo; “Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.29).

2.3 – A redenção em Cristo: a recuperação gradual da imagem de Deus.

É animador abrir o Novo Testamento e ver que nossa redenção em Cristo significa que podemos, mesmo nesta vida, gradualmente crescer cada vez mais na semelhança de Deus. Por exemplo, Paulo diz que como cristãos temos uma nova natureza, que “se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). O apóstolo também afirma com muita propriedade, que “somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem [Gr. Eikon]” (2 Co 3.18). De fato Deus nos redimiu para que sejamos “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29), tendo assim exatamente o mesmo caráter moral de Cristo.

2.4 – Na volta de Cristo: a completa restauração da imagem de Deus.

A admirável promessa do Novo Testamento é que, assim como somos hoje como Adão (sujeitos à morte e ao pecado), também seremos como Cristo no futuro (moralmente puros, jamais sujeitos à morte de novo): “Assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial” (1 Co 15.49). A plena medida da nossa criação à imagem de Deus não se vê na vida de Adão, que pecou, nem na própria vida hoje, pois somos imperfeitos. Mas o Novo Testamento enfatiza que o objetivo de Deus ao criar o homem à sua imagem se realizou completamente na pessoa de Jesus Cristo, “o qual é a imagem de Deus” (2 Co 4.4); “Este é a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Em Jesus vemos a semelhança humana a Deus como ela foi originalmente concebida, e deve para nós ser motivo de alegria o fato de ter Deus nos predestinado a ser “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29; 1 Co 15.49): “Quando ele se manifestar, seremos semelhante a ele” (1 Jo 3.2).

2.5 – Aspectos específicos da nossa semelhança a Deus.

a. Aspectos Morais.

O primeiro ponto que serve de distinção entre o homem e os irracionais, que aqui discutiremos, é a consciência própria. O homem tem o dom de fixar em si mesmo o pensamento, e isto o faz cônscio de sua própria personalidade. A faculdade que ele tem de proferir o pronome EU, faz surgir um abismo intransponível entre ele e os outros animais. Nenhum animal jamais pronunciou EU, e a razão é que eles não têm consciência própria.

Somos criaturas moralmente responsáveis pelos nossos atos perante Deus. Correspondentes a essa responsabilidade temos um senso íntimo de certo e errado que nos separa dos animais (que têm pouco ou nenhum senso inato de moralidade ou justiça, mas simplesmente reagem ao medo do castigo ou à esperança da recompensa). Quando agimos segundo os parâmetros morais divinos, nossa semelhança a Deus se espelha numa conduta santa e justa perante ele, mas, por outro lado, nossa semelhança a Deus se revela sempre que pecamos.

Dentro deste aspecto, queremos chamar a atenção para o falo de que o homem reconhece a existência de uma lei moral a que ele está sujeito. Por meio dela, o homem tem ciência da diferença entre o bem e o mal, e compreende o dever de obedecer à lei moral, não só pelo respeito de qualquer autoridade exterior, como também por um constrangimento interior. Até o ente mais embrutecido reconhece a obrigação de andar em conformidade com esta lei moral, e todas as vezes que a transgride sente-se condenado pela consciência e até castigado pelo remorso. Este juízo pessoal é inevitável, pelo fato de conhecer o homem a existência desta lei. Neste ponto o homem se afasta muito dos irracionais, porque ninguém jamais ouviu contar de um animal que devolvesse um roubo, o que se dá amiúde com os homens. Haja vista a «caixa da consciência», instituída pelo governo americano do norte, com o intuito de receber, sem que se saiba a procedência, quantias voluntariamente devolvidas por pessoas acusadas pela consciência de haverem defraudado o governo.

Passam, às vezes, anos e anos antes de aparecer o resultado da operação da consciência ou do remorso na vida da pessoa, mas finalmente o homem cede e decide espontaneamente a devolver aquilo a que não tem direito. O homem está sob o império da lei moral, e isto constitui um dos pontos de distinção entre ele e o bruto. Podemos, portanto, apelar para a consciência do homem, porque ela é uma realidade.



b. Aspectos Espirituais.

Não temos somente corpos físicos, mas também espíritos imateriais, e podemos, portanto agir de modos significativos no plano de existência imaterial, espiritual. Isso significa que temos uma vida espiritual que possibilita que nos relacionemos pessoalmente com Deus, que oremos a ele e o louvemos, e ouçamos as palavras que ele nos diz. Animal nenhum jamais passou uma hora concentrada em oração intercessória pela salvação de um parente ou de amigo! Vinculado a esta vida espiritual está o fato de possuirmos imortalidade; não necessariamente de existir, mas viveremos para sempre.

A natureza religiosa estabelece um ponto de profundo contraste entre o homem e o animal. Alguém já disse que o homem é um ser, incuravelmente religioso. E isto é verdade, porque, onde quer que o encontremos, haveremos de achar também as manifestações de sua natureza religiosa. Ele reconhece a existência de um Ser Supremo, diante do qual sente o dever de prostrar-se, prestan¬do-lhe obediência e culto. As catedrais, os templos, as casas de oração espalhadas por todo o mundo, são testemunhas silenciosas, mas que patenteiam, de modo eloqüente, esta grande verdade. É de interesse notar que ainda não houve, em tempo algum, um irracional, mesmo entre os de inteligência mais desenvolvida, que erigisse um templo ou um altar em nome da religião. Isto basta para demonstrar o valor da religiosidade do homem, o que constitui um abismo intransponível entre ele e o irracional.

c. Aspectos Mentais.

Temos a capacidade de raciocinar e pensar logicamente e de conhecer o que nos distingue do mundo animal. Os animais às vezes exibem conduta admirável na solução de complicações e problemas no mundo físico, mas certamente não se ocupam do raciocínio abstrato – não há algo como “história da filosofia canina”, por exemplo, nem nenhum animal desde a criação evoluiu na compreensão de problemas éticos ou no uso de conceitos filosóficos, etc.

Temos a capacidade de nos comunicar numa linguagem complexa, abstrata que nos distingue dos animais. Uma criança de oito anos pode escrever uma carta inteligível aos seus avós descrevendo um passeio no zoológico, ou pode ir a um país estrangeiro e aprender outra língua no mundo, e consideramos isto perfeitamente normal. Mas animal nenhum nunca faria isto!

Também possuímos uma noção de futuro distante, até se sobreviveremos à morte física, senso que a muitos proporciona o desejo de tentar mostrar-se retos diante de Deus antes de morrer (Ec 3.11).

Ainda outra característica, muito notável no homem, são as suas atividades. Façamos, em torno deste ponto, algumas considera¬ções. Se bem que não seja a linguagem privilégio exclusivo da raça humana, verdade é que os meios de comunicação entre os homens são muito mais vastos que entre os irracionais. Na linguagem que lhe é própria, fala a galinha aos seus pintainhos, e quaisquer outros animais aos de sua espécie; o homem, porém, além de falar, escreve os seus pensamentos e pinta as suas imaginações, o que jamais ouvimos dizer fizesse qualquer irracional.

Sabemos que os animais brincam, mas não fazem nenhum progresso em suas diversões, ao passo que o homem melhora cada dia os seus meios de divertir-se, transformando as suas diversões em verdadeira arte. Haja vista o teatro, os jogos de futebol, tênis, etc. Somente o homem acende fogueiras, constrói maquinismos, faz instrumentos, desenvolvendo, destarte, os seus poderes natu¬rais. O telefone, o telescópio, o microscópio, o telégrafo sem fio, o avião, etc., são exemplos que confirmam o que vimos dizendo. É verdade que o castor constrói represas, mas só ao homem é dada a capacidade de utilizar-se do poder da água a fim de impelir maquinismos, melhorando assim as suas condições de vida e promovendo o bem-estar da humanidade.

O homem funda instituições educativas, estabelecimentos comer¬ciais e bancários, casas de caridade, e desenvolve, por todos os meios imagináveis, a marcha progressiva da raça humana. São tão grandes e numerosos os pontos de diferença entre o homem e o irracional que não há confundi-los, salvo se desprezarmos todas estas considerações.

d. Aspectos Físicos.

Será que em algum aspecto o corpo humano faz também parte daquilo que significa ser criado à imagem de Deus? Certamente não devemos pensar que nosso corpo físico implica que Deus também tem um corpo, pois “Deus é espírito” (Jo 4.24). E é pecado concebê-lo ou retratá-lo de algum modo que sugira que ele tem um corpo material ou físico (Êx 20.4; Sl 115.3-8).

2.6 – A imortalidade do homem.

Consideremos agora algumas razões por que cremos na imor¬talidade do homem.

6.1. A crença na continuação do espírito depois de sua separa¬ção do corpo há existido desde os primeiros tempos, e fortalece-se hoje mais que em qualquer outra época. A humanidade não deixa morrer esta idéia; onde quer que encontremos o homem, descobriremos, arraigada no seu coração, a crença na imortalidade.

Uma das coisas que têm contribuído, em grande parte, para a permanência desta crença é a própria morte física. Por ser univer¬sal, todos têm sido obrigados a meditar nela como sendo o maior problema, e daí se originou, em parte, a crença na imortalidade do homem. Podemos dizer que, de certa maneira, a mortalidade do corpo tem pregado a imortalidade do espírito, porque os homens viam o corpo morrer, mas não o espírito. Esta observação, ligada à idéia da superioridade que o homem tem sobre o seu corpo, deu origem à crença na imortalidade.

Até mesmo as frases que a linguagem humana foi formando no correr dos tempos para designar a morte física revelam a crença na imortalidade: «A alma voou», «a alma partiu», «passou aos céus», etc.

6.2. O segundo argumento que abona a crença na imortalidade do espírito é que precisamos de uma vida além para explicar a vida atual. É difícil crer que Deus haja dado ao homem tantos dons, tantas possibilidades de desenvolvimento, para que tudo acabe com a morte do corpo. Se o homem não é imortal, todos os poderes que o distinguem dos irracionais não têm razão de ser.

Os animais vivem hoje como viviam há mil anos passados. Não têm feito, nem fazem, progresso algum. E por que faz o homem tanto progresso material, espiritual e intelectual, se tudo se acaba em poucos anos? O que recebemos nesta vida não nos recompensa pelos sacrifícios que o progresso exige de cada um de nós. Estamos num mundo onde o progresso depende de sacrifício. Um tem que viver e morrer por outro. O sacrifício é a base de todo progresso. Qual é, pois, a razão destes sacrifícios, se não há nada além desta vida corpórea? Seria melhor adotar os ensinamentos do epicurismo antigo: «Comamos e bebamos hoje, porque amanhã morreremos.»

Observamos, no entanto, que a vida futura exerce mais poder na vida presente do que os próprios interesses atuais. Os interesses mais imperiosos de todos os ramos de atividade humana são os que visam a vida futura. Se estudarmos bem a vida aqui na terra, não poderemos fugir à evidência de uma vida futura. Há muitas injustiças impunes nesta vida, e muitos atos de justiça não recompensados. Será possível que vivamos num mundo onde se não condene a injustiça e se não recompense a justiça? Não. A vida futura é uma conclusão lógica da presente.

Depara-se-nos ainda a questão: Por que é que Deus criou o homem à sua imagem, se esta vida terrena encerra tudo? Não haveria razão para isso se não houvesse nada além desta vida. O fato de nos haver Deus criado à sua imagem basta para provar que somos mais do que os irracionais e que a nossa alma é imortal. A natureza de Deus sustenta a doutrina da imortalidade.

6.3. Cristo e a imortalidade. Cristo confirmou e enriqueceu a crença e a esperança na imortalidade da alma. Esta doutrina é parte integrante do cristianismo. É verdade que a doutrina da imortalidade não está muito acentuada e clara no Velho Testamen¬to, mas, mesmo assim, não deixa de ter nele a sua raiz e origem. Não obstante, é com a vinda de Jesus que a doutrina da imortali¬dade chegou à plenitude de luz.

O que Cristo fez para reforçar e esclarecer esta doutrina podemos ver em passagens como estas: “Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, segundo a minha intensa expectação e esperança de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne, este é o fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Porque de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de ser desatado, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne, e confio nisto, e sei que ficarei, e permanecerei com todos vós, para proveito vosso e gozo da fé” (Filipenses 1:19-25). “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, formos achados vestidos, e não nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados: porque não queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista). Porém temos confiança, e desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor. Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes” (II Coríntios 5:1-9). “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós, que pela fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo” (I Pedro 1:3-5). Sobre este assunto, além de outras passagens, podemos examinar I Pedro 5:10 e II Timóteo 1:10-12.

Jesus fez exatamente o que disse Paulo, “destruiu a morte, trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho”. Convém notar que, em trazer para a luz a imortalidade, Jesus não estava criando a doutrina, mas simplesmente revelou, esclareceu o que até então se achava um tanto oculto e velado. Jesus tirou, da obscuri¬dade em que se achava, a doutrina da imortalidade, trazendo-a para a luz. O espírito fora criado imortal, e o Mestre fez irradiar a sua luz sobre este fato; esclarecendo-o, mostrou que a vida não era tanto uma questão de tempo como de qualidade.

A ressurreição de Cristo confirmou também a doutrina da imortalidade do homem. Os discípulos viram Jesus resistir e vencer a morte, e isto alicerçou mais solidamente a crença e a esperança que eles tinham na imortalidade da alma.



3. A CONSTITUIÇÃO DA NATUREZA HUMANA.

2.1 – O Argumento Dicotomista.

2.2 – O Argumento Tricotomista.

2.2 – O Argumento Monista.

OBS: Incluir o aspecto do sono da alma, conceitos sobre espírito, alma e corpo.







4. O HOMEM COMO SER MORAL



Um ser moral é um ente livre e ativo, mas ao mesmo tempo sujeito a uma lei no que diz respeito ao bem e ao mal. O homem é tal ser. Desejamos estudar aqui, analiticamente, os elementos da constituição moral do homem, como já o fizemos em relação aos elementos da sua constituição natural. Iniciemos o estudo pela consciência humana.



7.1. A consciência

A consciência é o juízo do homem aplicado ao seu próprio procedimento, quer aprovando as boas ações, quer reprovando as más. Ampliemos esta definição: juízo é o intelecto operando no discernimento das relações entre objetos e entre idéias. Uma das relações é aquela que um ato ou uma qualidade tem para com o bem ou o mal. Este poder do homem de julgar o bem e o mal chama-se faculdade moral; mas isso não quer dizer que esta faculdade moral representa um poder diferente do poder geral do intelecto em julgar qualquer coisa. Não. A faculdade moral não é um poder à parte, e, se toma este nome, não é por diferir do poder intelectual, mas simplesmente por causa da natureza das coisas julgadas. A faculdade moral é a mesma inteligência julgando atos e qualidades do ponto de vista moral, já os condenando, já os aprovando. A pessoa é um juiz, e, portanto, exerce o juízo.

Notemos aqui que esta faculdade moral julga os atos e qualidades tanto dos outros como de si próprio, se bem que o julgamento próprio não tem a mesma significação que o ato de julgar a outrem. O julgamento próprio é o mais perfeito que ao homem é dado fazer. Às vezes este julgamento se faz acompanhar de muito gozo, muito prazer; outras vezes, segue-o um cortejo de dor e tristeza.

Sendo natural ao homem julgar os seus próprios atos e qualidades, a consciência é, por isso mesmo, um elemento integrante da própria pessoa. É uma faculdade inseparável do homem.

No ato de julgar, a consciência usa da medida que a própria pessoa lhe fornece. A consciência não cria o seu próprio aferidor ou padrão moral, porque não é uma faculdade à parte da pessoa. Podemos dizer que a consciência é a própria pessoa julgando-se a si mesma; e visto que as pessoas diferem muito umas das outras, diferem também as consciências. Concluímos, pois, que há tantas consciências quanto são as pessoas.

Como já observamos, o juízo ou julgamento feito pela própria consciência tem uma força que nenhum julgamento estranho pode ter. Por que esta importância excepcional da consciência? Por que ela muitas vezes não nos deixa dormir?

Quando se considera uma questão moral, isto é, uma destas lutas que muitas vezes se travam entre o bem e o mal, uma parte do homem procura arrastá-lo ao mal, e da outra ele ouve como que uma voz a segredar-lhe: Faze o bem. A aprovação de si mesmo significa que se fez o que se deveria fazer; e a condenação indica o contrário. Sempre quando faz o que não deve, o homem se torna culpado diante da própria consciência, o homem prova-se falso e traidor de si mesmo, perdendo o respeito próprio. Segue-se, então, severo juízo da consciência, que, em certos casos, leva o homem ao remorso, ao desespero e até ao suicídio.

Aquele que fica sem o apoio de si mesmo torna-se desamparado, condenado pela própria consciência e por Deus. Aquele que não tem o apoio de si mesmo condena-se a um fracasso completo na vida. Precisamos, portanto, viver em paz com a nossa consciência. É de muito mais importância que haja paz entre nós e a nossa consciência do que gozar paz em nossas relações com outras pessoas. Haja vista o caso de Jó. O julgamento, portanto, de si mesmo é muito mais grave, e não há fugir dele. O homem é de tal natureza que este julgamento lhe vem impreterivelmente.

Este juízo não está sujeito à vontade, não depende dela e nem lhe pede permissão para surgir em qualquer ocasião na vida da pessoa. Se dependesse da vontade, bem diferente seria a vida aqui, porque ninguém se condenaria voluntariamente, como, às vezes, faz a consciência.

A alma humana reconhece que deve praticar o bem e evitar o mal; e este reconhecimento do dever inato da alma é que torna a consciência de tão alto valor e de tão excepcional importância.



7.2. O padrão universal

Sabemos já que a consciência usa da medida que a própria pessoa lhe fornece e que, por isso mesmo, há tantas consciências quantas são as pessoas. Mas alguém nos perguntará se não há uma medida comum para todos. Sim, respondemos, a medida perfeita e universal é a que existe em Deus. «Sede perfeitos como vosso Pai que está no céu», é a expressão bíblica desta verdade. O caráter de Deus é o aferidor universal ou estalão, é a base da justiça e do dever do homem. O que é direito, o que é justo, determina-se pelo caráter de Deus, e não pela consciência do homem. A nossa consciência não pode ser árbitro final da luta em nós: Deus é o tribunal de última instância.

Tudo, portanto, que é semelhante a Deus é direito, é justo; porém, tudo o que é contrário à sua natureza é condenado. Ele é o aferi dor porque todos seremos julgados por ele. O caráter de Deus é o que determina e fixa o que-é justo, o que é moral, o que é direito_ relativamente ao dever do homem. A expressão mais clara deste 'fundamento do dever humano é Cristo Jesus. Ele é o nosso padrão. Nele e por ele tem Deus mostrado o que ë bom e justo. Jesus realizou em sua vida o que deve ser cada pessoa. Por sua vida ele nos mostrou como deveríamos viver, e pela sua morte e ressurreição nos deu o poder de viver como ele viveu. Em Jesus o homem encontra o mais alto ideal, o mais alto padrão, e por isso é que temos nele a mais patente expressão do dever.

Na própria natureza da pessoa encontramos uma expressão desta base do dever. Como sabemos, o homem foi criado à imagem de Deus. E há uma lei natural segundo a qual toda criatura se aproxima do seu tipo superior, o tipo modelo. Sendo o homem feito à imagem de Deus, tem, naturalmente, o dever de assemelhar-se a ele o mais possível. Esta lei é universal, porque cada coisa viva tem o seu tipo de modelo, e por natureza impende-lhe o dever de se aproximar dele. Esta lei é universal; exige que o homem viva de acordo com a sua natureza mais alta e mais verdadeira. Isto é, exige que o homem seja o que Deus tinha em vista quando o criou.

Cada ser neste mundo tem um tipo superior, ideal, e dele se aproximam, por semelhança, todos os seres da mesma espécie. É uma tendência natural. Exemplifiquemo-la.

Dizem haver no Japão pessoas que se ocupam exclusivamente da criação de passarinhos. Tomam canarinhos novos, de raça amare¬la, e os põem a crescer num ambiente onde tudo é branco: gaiolas brancas, casas brancas, móveis brancos, criados vestidos de bran¬co, etc. Desta maneira as penas dos canários se desenvolvem brancas também. Mas, apenas soltos no campo, entre os outros de penas amarelas, tornam-se, em pouco, amarelos como os demais. Isto é, voltam ao tipo original.

Um gato doméstico, logo que passe a viver no mato, nele se desenvolve a fereza e outras qualidades do tipo superior, o tigre. E assim por diante; todos os seres vivos obedecem a essa ordem natural., Só o homem é um «desordeiro», porque não obstante dotado de poderes especiais, como as faculdades de pensar, de sentir e de querer, o que falta aos irracionais, desvia-se, ao invés de procurar aproximar-se de Deus, seu Criador, o tipo perfeito e ideal. (

Possuindo Deus toda a excelência moral, é ele, por isso mesmo, o aferidor universal; e a necessidade de ser moralmente semelhante a ele faz parte da constituição do homem, da sua própria natureza.

Convém saber que ninguém há que, de um momento para outro, esteja em condições de satisfazer às exigências deste aferidor. Como o carvalho, que de humilde semente se transforma em árvore gigantesca, atingindo o seu pleno desenvolvimento, assim deve crescer o homem, gradualmente, neste longo processo de tornar-se semelhante a Deus. E, como não é justo julgar um carvalho de um ano por outro de um século, não é também justo que se julgue um homem em qualquer época de sua vida por não haver atingido a sua estatura completa. Nem mesmo Deus assim nos julga. Ele é justo e só nos condena por não sermos o que podíamos e devíamos ser na hora do julgamento. É por isso que a consciência do homem pode servir de aferidor na vida prática; porém o homem deve reconhecer que está debaixo da obrigação de ir aproximando-se mais e mais do caráter de Deus, o aferidor final.

A nossa consciência tem, portanto, um valor realmente grande na vida prática. A consciência é a voz de Deus e dela podemos usar como aferidor dos nossos atos desde que ela continue, progressiva, ininterruptamente, a aproximar-nos de Deus.

Em nossa discussão acerca do homem como ser moral temos que discutir também, além da consciência, a vontade. A vontade é o poder que leva o homem a decidir se vai ou não proceder, e que o leva a escolher qual a maneira por que vai executar uma ação. O homem recebe mil sugestões de dentro e de fora; e no meio destas sugestões fica a vontade, que tem o dever de escolher e decidir qual a sugestão que vai ser posta em ação. Todo ato espera a decisão da vontade.

Em relação aos demais poderes do homem, a vontade é como o presidente, o executivo. É o homem decidindo e executando as deliberações tomadas. O filho pródigo é um belíssimo exemplo de decisão. «E, tornando em si, disse: «Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti» (Lucas 15:17, 18). Durante o tempo em que está decidindo, está o homem debaixo de muitas influências. Há quase sempre conside¬rações que favorecem uma linha de ação e outras que favorecem outra. Estas considerações denominam-se motivos.

Apesar de tudo o que já ficou dito sobre as influências que levam o homem a agir, a vontade permanece livre. Os motivos não forçam a vontade. Os motivos são apenas considerações entre as quais a vontade escolhe qual será aceita e executada.

A força dos motivos depende do caráter da pessoa. Isto é, a qualidade que faz este ou aquele motivo prevalecer não reside no motivo, porém na própria pessoa. E, assim sendo, como já observamos, a vontade é livre, porque, afinal de contas, é a pessoa que faz a decisão. Se a força do motivo partisse do próprio motivo, poderia este forçar a vontade, mas visto que sua força é emprestada da pessoa, a vontade fica livre.

Por liberdade de vontade entendemos apenas a capacidade que o homem tem de escolher a ação e o modo de efetivá-la. A própria pessoa é quem, em última análise, determina a ação. Pode haver muita pressão de influências externas, mas, mesmo assim, a vontade tem que decidir a respeito do ato que se vai realizar. A vontade, portanto,é livre neste sentido.



7.4. Quatro teorias errôneas

Façamos algumas ligeiras considerações a respeito de quatro teorias errôneas e muito comuns sobre este princípio de voluntarie¬dade. Não temos tempo para desenvolver estes pontos, nem é necessário que o façamos, pelo que apenas faremos menção delas, a título de precaução, para que não suceda cairmos em quaisquer dessas heresias.



7.4.1. Fatalismo.

Ensina o fatalismo que tudo está fixado por um poder qualquer que não o de Deus. Não há liberdade de vontade. Tudo quanto o homem faz, fá-lo obrigatoriamente. O fatalismo é um caminho tão estreito que não deixa ao homem nenhuma liberdade de ação. O indivíduo entra no mundo, dá certo número de passos já determinados e sai sem ter praticado sequer um ato próprio.

Numa usina de fundição, lança-se o ferro bruto em determinado lugar e ele sai em lugar diferente, já transformado nas pequenas peças que ali fabricam. Segundo a teoria do fatalismo, o homem passa pelo mundo qual matéria bruta pela usina de fundição.



7.4.2. Predeterminismo.

Segundo esta teoria', todas as coisas foram já fixadas por Deus. Os adeptos dessa doutrina crêem que a única vontade no mundo é a vontade de Deus, e tudo quanto acontece é por ele predestinado, predeterminado. Desde o princípio Deus criou não só o mundo, como também a natureza dos atos que os homens haveriam de praticar. Assim sendo, desaparece, natu¬ralmente, a liberdade de vontade do indivíduo. A diferença entre o Fatalismo e o Predeterminismo é que neste Deus determina tudo, ao passo que naquele tudo é determinado por qualquer outro poder das circunstâncias.



7.4.3. Necessarianismo.

Segundo esta filosofia, tudo o que acontece é tão-somente uma série eu sucessão de causas e efeitos. Até a decisão da vontade do indivíduo é um efeito que causa outro efeito, o qual, por seu turno, trará outros efeitos, e assim sucessivamente. Desta maneira qualquer ato se explica pelo seu prece¬dente.



7.4.4. Determinismo.

Em essência o determinismo pouco difere do fatalismo, porque no determinismo a própria matéria determina tudo. A matéria determina o motivo, o motivo determina a força, a força, a vontade, e assim por diante.

Basta, porém, que apelemos para a consciência para encontrar¬mos provas da falsidade de todas estas filosofias. Cada pessoa sabe que pode proceder de modo diferente, embora opere só dum modo.



7.4.5. Mais duas reflexões sobre o assunto.



a) Notemos primeiramente que a liberdade do homem é limita¬da. Muitas coisas há em nossa vida que estão além da nossa faculdade de escolha: a nossa nacionalidade, a nossa origem, bem como a maneira de satisfazer à fome, de saciar a sede, de aprender a verdade, etc., são coisas que estão fora da escolha do homem. Quem não quer comer padecerá fome, quem não quer crer não se salvará.

O homem é finito, e sua liberdade, por isso mesmo, é também finita.

b) O efeito da liberdade da vontade é diminuído pela falta de harmonia entre os poderes do homem. Isto é, o homem vai perdendo a sua faculdade de escolha quando não se utiliza dela. Um fumante, por exemplo, depois de escravizado pelo fumo, só poderá fazer a escolha da qualidade do cigarro que quer fumar. Da mesma maneira o alcoólatra dominado pelo vício já não pode escolher entre o beber e o deixar de beber; o que faz é apenas escolher a bebida de sua preferência. A liberdade ideal, portanto, só pode existir numa vida moralmente perfeita. A vontade é perfeitamente livre só quando a pessoa escolhe o que há de melhor, e quando não há divergência alguma por parte dos poderes em praticar o bem.

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8. A RELAÇÃO DO INDIVÍDUO COM A RAÇA

A relação do homem com a raça é a mesma que há entre ele e a causa que o produziu. O indivíduo é filho da raça. Ninguém faz objeção a esta idéia em se tratando do corpo; há, porém, quem afirme que o espírito ou alma não tem afinidades com a raça. Isto é, crêem, os que assim afirmam, que somos filhos de nossos pais somente quanto ao corpo e não quanto ao espírito. Há diversas teorias sobre este assunto. Notemos algumas delas.



8.1. A teoria da preexistência

O próprio termo explica esta teoria. Conforme este ensino, todas as almas existem antes de entrar no corpo. O nascimento é apenas uma encarnação. Deus criou todas as almas no princípio, e em certo período do crescimento de cada corpo, adiciona-lhe a alma. A maior dificuldade dessa teoria é que ela é inverídica, e não há fatos que a apóiem.



8.2. A teoria da criação imediata

Segundo esta teoria o corpo é produzido por um processo natural, e Deus cria uma alma para cada corpo. Neste caso, a alma não tem preexistência, mas Deus cria-a em ocasião própria. O indivíduo, neste caso, só descende de seus pais quanto ao corpo, porque o espírito é uma criação imediata de Deus.

Duas dificuldades deparam-se-nos nesta teoria: a primeira é que a semelhança entre pai e filho é tanto no corpo como no espírito, fato este inexplicável para os adeptos dessa teoria. A segunda dificuldade é em relação ao pecado. Conforme este ensino, ou o pecado é só do corpo ou então Deus cria a alma pecaminosa.



8.3. A teoria da transmissão

A teoria da transmissão ensina que os pais transmitem aos filhos a sua natureza toda. São pais não somente quanto ao corpo, mas também quanto ao espírito. Todos somos criação de Deus, mas criação mediata, isto é, por intermédio de nossos pais. Diversas considerações podemos fazer a respeito desta teoria. Ela explica melhor os seguintes fatos:

a) A semelhança espiritual e física entre pais e filhos.

b) O pecado inato.

c) A continuação do pecado na raça.

d) O método geral de Deus multiplicar a sua criação. A Bíblia diz que Deus deu ao homem o poder de multiplicar-se (Gênesis 1:28).

e) A unidade da raça. Somente esta teoria estabelece de um modo perfeito a unidade completa apenas em relação ao corpo, e não à alma. A teoria da transmissão, porém, ensina a unidade da raça em sentido mais largo.

Não é verdade — como alguns alegam — que esta teoria seja materialista. E impossível. Não se constitui o homem de corpo e espírito? Pois o que eles transmitem aos filhos são apenas elementos do seu ser. Se há uma teoria materialista, há de ser certamente aquela que afirma que o homem descende dos pais só quanto ao corpo, e que o espírito vem diretamente de Deus. Deve-se notar também que a teoria da transmissão dá lugar ao fato de que Deus é o Criador de cada indivíduo por intermédio dos pais.

Segundo a Bíblia, Deus é o Criador da erva dos campos, embora criasse primeiro a terra e a mandasse, depois, produzir erva. Assim

Também Deus é o Criador de cada indivíduo por intermédio dos pais. Conforme essa teoria, a raça humana é uma unidade, quer fisicamente, quer espiritualmente. Este princípio é uma das verdades mais gloriosas de que trata a Teologia Sistemática. Na raça humana todos padecem por causa de um; e, graças a Deus, um pôde padecer por todos.

O indivíduo é, portanto, parente de todos os homens por consangüinidade. Na raça temos a base para irmandade universal. O brasileiro está ligado por parentesco de sangue ao chinês, o chinês ao inglês, o inglês ao hindu, todos estes entre si, e assim por diante, até abranger a raça inteira. Para que se torne bem esclarecido este ponto, é bastante que procuremos enumerar os nossos avós e bisavós, até a trigésima geração.

Tudo isso evidencia que cada pessoa é mais do que uma individualidade; é o resumo, a síntese da raça inteira. Por isso é que a doutrina do individualismo extremado conduz ao erro e exagero.

Ninguém vive para si somente e ninguém morre para si. Somos um em muitos e muitos em um. A raça é uma unidade.





NOTAS





1. Esboço de teologia Sistemática. 9ª edição. Rio de Janeiro, Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1988.

2. Estudando a Palavra de Deus. Brasília, Convenção Batista Nacional, 1988.

3. Apontamentos pessoais do Pr. Paulo Jorge Tavares. Caxias, Maranhão, 2007.

4. Mini Aurélio Século XXI. 5ª edição. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira. 2004.

5. Teologia Sistemática Atual e Exhaustiva, Wayne Grudem.1ª edição. São Paulo Vida Nova, 1999.

6. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Myer Pearlman. 2ª edição. São Paulo. Editora Vida.2006.





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