quinta-feira, 9 de junho de 2011

BREVE HISTÓRICO DAS ESCOLAS BÍBLICAS DOMINICAIS PARA CRIANÇAS


A EDUCAÇÃO INFANTIL E SEU PROCESSO HISTÓRICO

Wildete Silva¹
A Educação Infantil foi, por muito tempo, uma modalidade de ensino relegada ao segundo plano. Pesquisas mostram que, historicamente, essa modalidade de ensino contou com pouca ou nenhuma preocupação no que tange ao planejamento do trabalho e suas subdivisões: objetivos, conteúdos, metodologia, avaliação, replanejamento. Na maioria das vezes, era tida como ocupação “menor” e, seus principais agentes, os professores, vistos como “tutores” da infância, numa concepção em que o “cuidado” era estabelecido em detrimento ao “pedagógico”.

         Em sua evolução histórica, essa modalidade de ensino amadureceu em muitos aspectos e mostrou a que veio: contribuir para a construção de um desenvolvimento saudável do ser humano em crescimento.

Hoje, muito se discute sobre Educação Infantil e a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9394/96) que a colocou em pé de igualdade com o Ensino Fundamental e Médio, os três compondo as modalidades de ensino que se convencionou chamar Educação Básica.

Todo cidadão tem direito à Educação Básica: seu acesso, permanência e qualidade. Quanto a esse tripé, a díade “acesso-permanência” está garantida em quase todos os estados brasileiros, porém quanto à qualidade, pode-se dizer que temos “ilhas de excelência” em âmbito nacional, estadual e municipal. Algumas crianças contam com tamanha diferença em se tratando de qualidade que, por vezes, parece que está se falando de dois ou mais brasis.

Um dos instrumentos para que a qualidade se faça de fato é o planejamento do trabalho pedagógico. A mudança curricular é uma condição necessária para realizar uma reforma educacional que leve à maior qualidade

Para culminar esse trabalho, faz-se necessário ressaltar a importância da educação religiosa para o desenvolvimento cognitivo de uma criança, pois asim como a LDB prima pelo enino religioso de forma a contemplar todas as formas de culto, as instituições religiosas, tem a liberdade de ensinar os princípios que regem o criacionismo, ensinando assim bases bíblicas para o crescimento espiritual de seus adeptos.

Da mesma forma que o conhecimento das letras a educação infantil exploram o máximo possível o lúdico, onde a criança deve ouvir e contar histórias, ver dramatizações e tomar contato com livros infantis, as Escolas Bíblicas dominicais se apropriam dessa mesma estratégia par que a criança assimile melhor o conhecimento que lhe é epassado. Além disso, é preciso que as crianças possam se expressar livremente. Autores renomados defendem a idéia de que qualquer conteúdo pode ser trabalhados com crianças, desde que sejam adaptados para sua idade e sejam dados de forma lúdica. A ludicidade não deve ser uma brincadeira dada após as atividades, como "prêmio", mas é uma forma de maior expressão da criança em assimilar o que lhe é repassado.


¹Autora do Artigo, Wildete Silva, Coordenadora Pedagógica do Centro de Formação Ministerial Semente e Vida, Especialista em Tecnologia da Comunicação para Educadores (UFRGS/UNIVIMA)Pedagoga (UEMA), Teóloga (CFMSV).




Escola Dominical, Escola Bíblica Dominical ou EBD é uma estrutura educacional que ensina Bíblia e doutrina em cada igreja local das Igrejas Protestantes. Chama-se dominical por acontecer aos domingos, podendo os estudos serem temáticos ou com um único assunto.
HISTÓRIA

 












Surgiu na Inglaterra, com o propósito de evangelizar crianças que ficavam sem atividade durante os serviços de domingo. Atualmente, esta atividade envolve os membros da congregação, em todas as faixas etárias e acontece em horário diverso ao serviço religioso. No Brasil, a maioria das comunidades adota a EBD matinal e os serviços religiosos vespertinos, mas algumas realizam a EBD horas antes do início dos cultos. Em países como EUA e na Inglaterra, todas as atividades dominicais acontecem durante a manhã.
A Igreja Católica Romana e as Igrejas Ortodoxas Orientais comumente mantém escolas paroquiais, e parte da educação ali oferecida é, naturalmente, de cunho religioso. Muitos grupos protestantes, em contraste com isso, tradicionalmente têm dependido do sistema de escolas públicas no que concerne à educação secular. Assim, foi apenas natural que, como meio de ensinar a Bíblia às crianças, a Escola Dominical tenha sido uma criação protestante. Ademais, tem sido sempre típico da ênfase protestante salientar os estudos bíblicos, o cerne mesmo da Escola Dominical.

Robert Raikes e a Primeira Escola Dominical no Mundo

A Escola Dominical, como criação protestante, tem sido reclamada a sua criação para diversas pessoas, muitas delas metodistas, devido a própria visão social que o Grande Despertamento fazia revelar-se nos líderes avivalistas.
John Wesley iniciou estudos bíblicos dominicais em Savannah, Geórgia, em 1737. Entre 1763 e 1769, Hannah Ball Moore, uma senhora metodista começou estudos bíblicos dominicais em sua própria casa e, a partir de 1769, nas dependências da Igreja (Anglicana) High Wycombe. Na década de 1770, o Ministro Unitariano Theophilus Lindsey proveu lições bíblicas dominicais em sua igreja, a Capela da Rua Essex, em Londres. O Rev. J. M. Moffatt,, Ministro Independente de Nailsworth, passou a lecionar estudos bíblicos dominicais já em 1774. Em Ephata, Pennsylvania, em Washington, no Estado de Connecticut, no início de 1780 já se usavam o Catecismo de Westminster e a Bíblia em estudos bíblicos dominicais das igrejas presbiterianas. Howard J. Harris declarou que, em 1780, estudos bíblicos dominicais eram feitos em cidades de Gloucester e em vilas da Inglaterra, como Painswick e Dursley. E um ministro metodista de Charleston, Carolina do Sul, em 1787, chamado George Daughaday, administrou estudos bíblicos dominicais a crianças negras americanas. Mas o Movimento de Escola Dominical, propriamente dito, teve como criador Robert Raikes.
Robert Raikes (14 de Setembro de 1735 – 5 de Abril de 1811), filho de Robert e Mary Raikes, foi quem originou o Movimento de Escola Dominical. Anglicano, Raikes foi batizado na infância na Igreja (Anglicana) de Santa Maria da Cripta e educado na Escola da Cripta, ambos na Rua Southgate, em Gloucester, e, mais tarde, na Escola dos Reis. Tornou-se aprendiz de Jornalismo com seu pai, dono do Diário de Gloucester. Quando seu pai faleceu, em 1757, Raikes assumiu a editoria do jornal, aumentando o tamanho do jornal e melhorando o layout.
Raikes se interessava pela reforma prisional inglesa, por causas das condições terríveis a que os presos eram submetidos. Certo dia, procurando um jardineiro na Rua Saint Catherine, no bairro de Sooty Alley, ele encontrou um grupo de crianças maltrapilhas brincando na rua. A esposa do jardineiro disse, então, que aos domingos a situação era pior, pois as crianças que trabalhavam nas fábricas, de segunda a sábado, durante horas muito longas, ficavam desocupadas nesse dia, quase abandonadas, passando o tempo brincando, brigando e aprendendo toda espécie de vícios. Elas extravasavam toda sorte de violência nesse dia. Essas crianças, constatou Raikes, estavam a um passo do mundo do crime e ele chegou a ver o destino de muitas delas, ao visitar as prisões de Gloucester.
Raikes resolveu estabelecer uma escola gratuita para esses meninos de rua. Então, Raikes contratou uma equipe de quatro mulheres no bairro para lecionar, recebendo um xelim e seis pence, cada uma. Com a ajuda do Rev. Thomas Stock, Ministro Anglicano, Raikes pôde logo associar cem crianças, de seis aos doze ou quatorze anos, nestas escolas dominicais. A primeira foi instalada na Rua Saint Catherine. Seu objetivo principal não era ensinar a Bíblia, mas alfabetizar os alunos e ministrar aulas de religião com o propósito de reformar a sociedade. O objetivo último era modificar-lhes o caráter usando os ensinamentos bíblicos.
Assim, a Escola Dominical nasceu como um instituto bíblico infantil, operando de forma independente das igrejas, alfabetizando e ensinando Bíblia às crianças carentes. Algumas crianças, a princípio, relutaram em vir para as escolas porque as suas roupas estavam tão rotas, mas Raikes providenciou tudo de que eles precisavam, inclusive banho e cabelos penteados.
As aulas começavam às 10 horas da manhã e iam até as duas da tarde, com lições de matemática, história e inglês, com um intervalo de uma hora para o almoço. Eles eram levados então à igreja para serem instruídos no catecismo até as 17:30 h. Recebiam pequenas recompensas, como livros, canetas, jogos, aqueles que tivessem dominado a lição ou aqueles cujo comportamento tivessem mostrado uma melhoria notável. Entrementes, recebiam castigo corporal aqueles de mau comportamento, como era do costume pedagógico da época.
Depois de um período experimental, Raikes divulgou suas idéias e os resultados em seu jornal, no dia 3 de Novembro de 1783, data em que se comemora, na Grã-Bretanha, o dia da Fundação da Escola Dominical. Esta experiência foi transcrita em outros jornais. Líderes religiosos tomaram conhecimento do movimento que se espalhava.
Em 1784, eram 250 mil alunos matriculados. A taxa de criminalidade de Gloucester caiu, com o advento das escolas dominicais de Raikes, de forma que em 1792 não houve um só caso julgado pela comarca de Gloucester.
O trabalho de Raikes foi saudado com entusiasmo, e em breve, escolas dominicais já estavam sendo criadas em todo o Reino Unido e exportadas para os Estados Unidos. Seu trabalho foi muito assessorado pelo comerciante William Fox (1736-1826), diácono da Igreja Batista da Rua Prescott, em Londres. Impressionado pelas escolas dominicais fundadas por Raikes que eram responsáveis pela redução do índice de criminalidade de Gloucester, Fox chamou Raikes para formar uma associação para promoção e criação de escolas dominicais. Foi criado, então em 1785, a Sunday School Society of Great Britain (Sociedade da Escola Dominical da Grã-Bretanha), com o apoio dos bispos anglicanos de Chester e Salisbury. Essa sociedade foi ajudada por muitos filantropos, podendo abrir cerca de trezentas escolas dominicais, suprindo-as com livros, material didático e professores. Esta sociedade publicou, na gráfica de Raikes, o Sunday School Companion, livro com versículos bíblicos para leitura. Em 1787, segundo depoimento de Samuel Glasse, 200 mil crianças eram alunas da Escola Dominical em toda a Inglaterra.
Houve, no entanto, uma forte oposição ao movimento de Raikes, que era considerado por alguns líderes religiosos como um movimento diabólico, porque era aparte das Igrejas e era dirigido por leigos, isto é, pessoas que não tinham formação religosa. O Arcebispo de Canterbury reuniu os bispos para considerar o que deveria ser feito para exterminar o movimento. Chegou-se a pedir que o Parlamento, em 1800, aprovasse um decreto para proibir o funcionamento de escolas dominicais. Achavam que este movimento levaria à desunião da Igreja e que profanava “o dia do Senhor”. Tal decreto nunca foi aprovado. Em 1802, Raikes se aposentou, e, em 1811, após um ataque de coração, veio a falecer. Seus alunos vieram ao funeral, na Igreja (Anglicana) de Santa Maria do Filão e receberam da Sra. Raikes um xelim e uma fatia de um grande bolo de ameixa cada um. Quando Raikes faleceu, quatrocentos mil alunos estavam matriculados nas diversas escolas dominicais britânicas. Nesse ano ocorreu a divisão em classes, possibilitando alfabetização de adultos.

John Wesley e o Movimento da Escola Dominical
John Wesley (1703-1791), clérigo anglicano, também foi uma grande força por detrás da propagação do Movimento de Escola Dominical. Ele chegou a dizer que “encontro estas escolas aonde quer que eu vá”. Essa declaração foi publicada no Diário de Gloucester em julho de 1784. A Igreja Metodista da Inglaterra, fundada após sua morte, deve muito de seu fenomenal crescimento às Escolas Dominicais das Sociedades Metodistas da Igreja da Inglaterra, estabelecidas por Wesley, entre outros, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

A Primeira Escola Dominical na América
Nos Estados Unidos, a primeira Escola Dominical reconhecida foi a escola bíblica fundada por William Elliot em 1802. Ela funcionava em sua fazenda aos domingos à tarde. Mais tarde, foi transferida para a Igreja (Anglicana) de Oak Grave, no condado de Accomac, Virgínia.
No começo do século XIX, foram fundadas muitas escolas dominicais nos mais diversos lugares dos Estados Unidos e o crescimento delas foi nada menos que fenomenal. Várias uniões formais de Escolas Dominicais foram organizadas, para ensino tanto de crianças quanto de adultos. Não demorou para que as Igrejas Evangélicas entendessem que era necessário ensinar a Bíblia a seus membros, em regime semanal, o que poderia ser feito, através da Escola Dominical. Em 1824, a União Americana de Escolas Dominicais contava com escolas em dezessete dos trinta e quatro estados americanos então existentes. Mesmo assim, a Escola Dominical continuava nas mãos de leigos em sua maioria, embora já contassem com profissionais do magistério então.

A Escola Dominical no Brasil
A Igreja Metodista trouxe a Escola Dominical para o Brasil. Em 1836, o Rev. Justin Spaulding organizou no Rio de Janeiro, entre estrangeiros, uma congregação com cerca de 40 pessoas e em junho abriu uma Escola Dominical com 30 alunos, dos quais alguns eram brasileiros, ensinados na sua própria língua.
Mas o espírito de Raikes, em criar um “instituto bíblico infantil”, somente surgiu dezenove anos mais tarde, através do casal de missionários escoceses independentes, Robert e Sarah Kalley. Eles são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram aquela que é considerada a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não foi grande: apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florescesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Essa mesma Escola Dominical deu origem à Igreja Evangélica Fluminense, marco da Igrejas Evangélicas Congregacionais no Brasil.
Hoje, no local onde funcionou a primeira Escola Dominical do Brasil, acha-se instalado um colégio (Colégio Opção, R. Casemiro de Abreu – segundo informações da Igreja Congregacional de Petrópolis). Mas ainda é possível ver o memorial que registra este tão singular momento do ensino da Palavra de Deus em nossa terra.

Currículo
O programa de disciplinas das EBD é geralmente determinado pelo departamento de educação e pode envolver estudo sistemático de livros bíblicos, bem como fundamentos doutrinários ou temas relacionados com grupos específicos, como classes para casais, para adolescentes, para novos adeptos ou para catecúmenos; sempre baseados em fundamentos bíblicos.

Evolução no Currículo e nos Métodos

No começo do movimento, ensinava-se às crianças a ler e a escrever, e então a Bíblia lhes era ensinada com proveito. Essa função foi sendo abandonada, à medida que as escolas públicas se foram ocupando da alfabetização. Assim, a Bíblia tornou-se, virtualmente, o único material exposto na Escola Dominical, contando o dinheiro recolhido e quantos alunos freqüentam, divididos por classes, a Escola Dominical. Entrementes, a educação religiosa tem assumido um escopo mais amplo, e escolas regulares têm-se tornado uma das funções de muitas igrejas. Isso tem feito a Escola Dominical tornar-se mais especializada. Várias denominações têm uma literatura especial (revistas), bem como alguma forma de apresentação sistemática de estudos bíblicos.

Em algumas escolas também são debatidos temas seculares sob a ótica doutrinária de cada denominação.
Os métodos didáticos utilizados são os comuns a outras práticas educativas: de acordo com a faixa etária da classe são utilizados elementos como vídeo, esquetes, marionetes, música, além das tradicionais brochuras com 13 lições que giram em torno de um tema central e que são utilizadas em praticamente todas as escolas dominicais, sendo geralmente produzidas por uma editora vínculada à própria denominação.

Objetivos da Escola Dominical

Evangelização – angariar novos adeptos ao cristianismo em sua versão protestante.
Santificação – treinar os fiéis a viverem de acordo com os princípios de sua denominação.

Organização

A distribuição de departamentos e classes geralmente se faz em função da idade e do gênero dos alunos. Na maioria das igrejas protestantes há pelo menos 3 turmas infantís (por exemplo: uma turma de 1 a 3 anos, outra de 4 a 7 anos e mais uma de 8 a 11 anos) somadas a uma turma de adolescentes (para alunos entre 12 e 18 anos), uma turma de jovens (que geralmente aceita fiéis até 30 ou 35 anos e em geral não recebe casados). Os casados e adultos maiores de 30 anos geralmente são divididos em duas turmas, de acordo com o género, mas também há igrejas que reúnem homem e mulheres casados em uma só turma.
Os professores das escolas dominicais são geralmente membros leigos e com larga experiência religiosa.




Com base nesse histórico, a Pedagoga Wildete Silva, faz considerações sobre o processo histórico dentro do contexto atual nas escolas seculares.





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