Pr. Marco Leitão |
Pra. Ana Cláudia |
¹Ana Cláudia Alves da Silva
²Marco Antonio Leitão Paiva
RESUMO
Algumas ideias sobre o avivamento, bem como os diferentes
movimentos que existiram na história e suas contribuições para a Igreja e a
sociedade são de suma importância para que se possa compreender a evolução da
igreja ao longo dos anos.
Avivamento fala de espiritualidade, de busca e do derramar do
Espírito Santo, e é um assunto que todos àqueles que seguem a Cristo precisam
conhecer, pois ele traz mudanças significativas na nossa vida. É preciso
enfatizar que avivamentos e moveres são fatos reais que envolvem a Igreja desde
a formação do caráter cristão até o despertar do sono espiritual e o trabalho
no contexto da Igreja.
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¹
Concludente do Ensino Médio e Teóloga pelo CFMSV , Caxias-MA
²
Concludente do Ensino Médio e Teólogo pelo CFMSV , Caxias-MA
INTRODUÇÃO
Existiram
vários tipos de avivamento que vai desde a época dos patriarcas passando pelo
batismo de Jesus, por João Batista até os dias atuais. A igreja viveu e
continua vivendo grande mover do Espírito Santo, onde Deus tem derramado a
unção à favor dos escolhidos. Tal movimento tem sido experimentado também no
contexto atual. Pode-se observar pelos movimentos: Pietismo no século XVII,
Puritanismo e os Morávios, a Igreja tem sido a propulsora desses moveres
cumprindo a oração de Habacuque 3:2 “Ouvi,
Senhor, a tua palavra e temi: aviva ó Senhor a tua obra no meio dos anos, no
meio dos anos notifica: na ira lembra –te da misericórdia”. Esse texto nos
faz refletir que avivamento não é só falar em línguas , existe uma profundidade
maior que envolve mudança de postura e atitude diante das adversidades . Nesse
contexto o presente trabalho se compunha de três partes que explicitam
claramente os acontecimentos e sua ordem lógica, onde se faz uma sistematização
sobre o avivamento; os termos bíblicos com uma abordagem sobre o significado do
avivamento para a Igreja e os movimentos avivalistas, como forma de mostrar à
igreja que cada cristão deve estar envolvido espiritualmente na igreja e com a
obra do Senhor, buscando sempre a santidade, pois a Palavra de Deus diz, que
“os sinais seguirão aos que crêem”.
O AVIVAMENTO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DA
IGREJA
O avivamento está no coração de Deus,
desde o ínicio dos tempos. A Igreja do Senhor vivenciou formas diferentes de
ser avivada, hoje é necessário que as pessoas que compõe a Igreja compreendam o
verdadeiro sentido do avivamento, bem como as contribuições dele para o
crescimento humano e espiritual forjando o caráter de cada cristão que permite
ao Senhor trabalhá-las. Nessa perspectiva Coleman (1996;18) afirmar que existiram varias épocas de
avivamento que marcaram a Igreja dentre as quais podemos citar: “O despertar
geral” que ocorreu nos dias de Sete pouco depois do nascimento do seu filho
Enos: “Então se começou a invocar o nome do Senhor”(Gn 4:26), pois havia um
aumento significativo de doenças na raça humana, havendo a necessidade de um avivamento.
A época dos patriarcas sempre que a
vitalidade espiritual do povo desvanecia, eles traziam a memória os fatos que
marcaram o povo de Deus através da palavra. “Nessa perspectiva tiveram-se
vários exemplos como diz em” Ao lugar onde Deus lhe falara, Jacó lhe chamou
Betel.”(Gn,35:15) e
V. 21:chamou, pois, Moisés
todos os anciãos de Israel e lhes disse: Escolhei, e tomai cordeiros segundo as
vossas famílias, e imolai a Páscoa.V. 22: Tomai
um molho de Hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga
da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia; nenhum de vós saia
pela porta da sua casa até pela manhã. V. 23: Porque o Senhor passará para
ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as
ombreiras, passará o Senhor àquela porta e não permitirá ao destruidor que
entre em vossas casas, para vos ferir. V.24: Guardai, pois, isto por estatuto
para vós outros e para vossos filhos, para sempre. V.25: E, uma vez dentro na
terra que o Senhor vos dará, como tem dito, observai este rito. V.26: Quando
vossos filhos vos perguntarem: que rito é este? V.27: Respondereis: É o
sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de
Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas”. casas. Então, o
povo se inclinou e adorou. V .28: E foram os filhos de Israel e fizeram isso;
como o Senhor ordenara a Moisés e Arão, assim fizeram. (Ex, 12: 21-28).
O período dos juízes durou 300 anos, esse
foi um período marcado pela desobediência, onde os povos sempre buscavam outros
deuses para firmarem a fé. Por isso eles eram sempre visitados pelo juízo de
Deus, com sofrimento eles terminavam clamando ao Senhor em (Jz, 3:9-15), (I Sm,
7:1-17).
No tempo dos reis aconteceu uma renovação
que iniciou com marcha de Davi, entrando com a Arca em Jerusalém (II Sm,
6:12-23). Nesse período existiu uma dedicação ao templo seguida da escolha de
Salomão como rei (I Rs,8). Com esse contexto, tornou-se vivo a palavra de Deus
no coração do povo, atingindo os reinos de Aza (I Rs, 15:9-15), estendendo-se
até os dias do rei Josias (II Rs, 22:23) sendo um dos maiores avivamentos no
período de Jeremias registrado na Bíblia. A desobediência sempre foi um
parâmetro contra o avivamento, porém Deus sempre levantava pessoas para
reacender a chama do evangelho ( Ed 1:4-24). Os judeus interromperam a
reconstrução do templo, porém os profetas Ageu e Zacarias direcionaram o povo a
prosseguir, desse período em diante outras reformas começaram, pois surgiram
novas lideranças como Esdras, Neemias, dentre outros governo teocrático ( Nm,
1:1,13-31). Nesse período vários profetas oravam pelo avivamento e a promessa
de sua ocorrência dentre os quais podemos citar: Joel 2:28 e 33 Habacuque 2:14
e 3-19, Malaquias 4. Assim como o Velho
Testamento o Novo T também foi marcado por avivamento, e o maior deles é o
Batismo de Jesus por João Batista (Mt 3:13-17).
Assim se cumpria a profecia dita pelo profeta Isaias (9:6-7). Após esse
acontecimento Jesus escolheu e treinou sua equipe de 12, para a grande missão
de evangelização, salvação e arrependimento dos pecados. Jesus morreu e
ressuscitou, ascendendo aos céus deixando a promessa do consolador que é o
Espírito Santo, o poderoso derramamento do Espírito no dia de Pentecoste (At
2:1-47). O ministério de Jesus durou três anos e meio, nesse período ele
trabalhou na preparação do dia do Pentecostes. A Igreja foi preparada para
discipular. “redimida por seu sangue, garantido por sua ressurreição sairia em
nome de Jesus a proclamar o evangelho até os confins da terra” ( At, 1:8).
O SIGNIFICADO DO AVIVAMENTO PARA A
IGREJA
O conhecer o significado do avivamento é
de sumo importância, para termos a certeza de que não estamos entrando em um
mover contrária a vontade de Deus, ou ainda que não estejamos sendo vítimas de
visões erradas daquilo que o Senhor quer de nós. Segundo o Aurélio avivamento é
tornar mais vivo, estimular, animar..., com esse contexto pode-se observar que
várias situações cabem dentro desses significados. No entanto o verdadeiro
avivamento é um ato sobrenatural de Deus na vida de todo cristão que com
sinceridade abre seu coração e permite que através do Espírito Santo, haja
mudança de atitude, a partir de uma reflexão sobre seus atos praticados. Nessa
perspectiva o avivamento não traz, somente os dons espirituais, mas também
mudança no caráter do homem, para que possa ser um testemunho de Deus na face
da terra. Exemplo viver bem com a família, ter um bom relacionamento com os
amigos ou vizinhos, ser um bom pagador e ser envolvido na obra de Deus. O
avivamento traz sobre a igreja uma unção para fazer a diferença na sociedade. Em II co 2:14-15 diz: “E graças a Deus, que
sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifestamos em todo lugar
a fragrância do seu conhecimento”. Por que para Deus somos o bom perfume de
Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.
O apóstolo Paulo escreveu no livro de Gl
2:20: “Fui crucificado com Cristo, logo
já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no
corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus que me amou e se entregou por mim”.
Quando nos dispomos a crer no Senhor Jesus e a obedecer-lhe, a nossa vida
sempre será renovada pelo Espírito Santo, o mundo perde o sentido para nós e o
amor de Deus começa a transparecer em nossas vidas, viver em Cristo é renunciar
o pecado todos os dias, criando uma prática de oração e obediência à palavra de
Deus. Os pentecostais afirmam que, avivamento caracteriza-se por uma unção da
parte de Deus, onde há grande abundância da graça e alegria passa a transformar
os corações e todos ficam cheios do Espírito Santo de Deus e começam a falar em
línguas estranhas. É importante ressaltar que para cada Igreja o avivamento tem
um significado, que convergem e divergem
em pontos diferentes. É preciso lembrar de algumas idéias no que corcene ao
avivamento. O homem não produz o vento do Espírito pode apenas direcionar para
o caminho. O avivamento já mais virá se o homem não preparar o caminho do
Senhor, se não houver oração, humilhação, exaltação, adoração e obediência a palavra
de Deus. Sem esses princípios não haverá derramamento do Espírito. Enganam-se
aqueles que na busca do avivamento despreza a teologia e a doutrina, desprezá-las
é querer levantar um edifício sem lançar um fundamento. O avivamento sem
doutrina é movimento emocionalista é experiêncialista, percionalista e
antropocentrista. Deus tem compromisso com a verdade e a sua palavra o
avivamento precisa-se estar fundamentado na palavra e não por sonhos e visões e
revelações subjetivistas, muitas vezes feita de carne.
Segundo o Pr. Pereira (apud Lopes 2001; 5) faz algumas colocações
sobre o que não é avivamento não é mudança litúrgica; não é efervescência
carismática unilateral; não é modismo; não é visão dicotomizada da vida e nem é
campanha de evangelização. Para não sermos levados por qualquer vento de
doutrina é necessário que conheçamos essas colocações, a Bíblia nos adverte
sobre os falsos profetas e as falsas doutrinas. E Jesus nos advertiu a observar
os sinais manifestados através dos tempos a fim de que reconheçamos o que é de
Deus. A Igreja do Senhor precisa compreender o que venha a ser avivamento para
que possam orar para que ele aconteça. A Bíblia ordena que levante mãos santas
ao senhor num gesto de rendição e entrega. (I Tm 2:8). Louvor em que à pessoa
apenas saltita e pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvo que
apenas verbaliza coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é
engano, louvor que não produz mudanças de vida, quebrantamentos, obediência e não
leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de
Deus. Assim diz o senhor. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos porque
não ouvirei as melodias das tuas liras (Am 5:23), o louvor que agrada a Deus
precisa ser em espírito e em verdade, o louvor precisa ser bíblico, senão é
fogo estranho para Deus. Louvor não é espaço da liturgia, louvor é a totalidade
da vida é choro pelo pecado. Deus não procura adoração ele procura verdadeiros
adoradores.
MOVIMENTOS AVIVALISTAS
A historia é marcada por diferentes
movimentos avivalistas, neste capítulo vamos falar dos movimentos do século
XVI, neste período aconteceu o movimento puritano que surgiu depois da reforma,
na busca de uma espiritualidade sustentada na bíblia e, neste caso Calvinista;
acreditavam que a regulamentação e o controle do culto deveria ser pela palavra
de Deus escrita, não permitiam o acréscimo das tradições humanas nos cultos,
pois acreditavam que esses fatores trariam obscuridade a clareza do evangelho e
assim, impediria que o poder de Deus se manifestasse. Segundo Lopes (1995) os
puritanos tinham três pilares para o acontecimento da purificação, são eles:
Purificação da Igreja, do governo da Igreja, a vida familiar, o comércio e os
negócios, e por ultimo o governo civil. Os puritanos foram perseguidos porque o
governo Inglês temia que a Igreja se tornasse um poder político. A perseguição
não impediu o crescimento do movimento. No entanto a mudança sonhada por
eles começou a surgir somente após 30
anos,em meados do século XVI e inicio do século XVII. Esses resultados só
aconteceram por que sempre pregavam a palavra de Deus e o Espírito Santo,
orando para que o Espírito viesse satisfazer a fome daqueles que a ouviam. Eles
acreditavam na predestinação, esperança e vocação. O legado deixado pelos
puritanos inicia no que diz respeito ao espiritual e o secular, pois para eles
esta na presença de Deus é fazer a obra em qualquer lugar, sentiam que o seu
chamado transforma cada área da nossa vida em algo santo para Deus. Outros
fatores que podem ser destacados são: a reforma total da Igreja e do coração, o
controle da vida domestica, a assistência diária através dos cultos domésticos.
Todos deixaram ainda contribuições na ciência através de Isaac Newton;
A oração para eles tinha vários
significados, pois compreendiam que a oração é um sincero, sensível e afeiçoado
derramar do coração e da alma diante de Deus, bem como do a assistência do
Espírito Santo sobre a vida das pessoas. O movimento Pietista teve como
representantes Philipp Jackob Spener (1635 – 1705) e Augustus Hermann Francke
(1663 -1727). Esse movimento juntou o gozo da experiência da salvação com o
entusiasmo para proclamar o evangelho, a partir destas idéias mudaram o
conceito de missões, pois este termo estava sempre direcionado aos países colonizadores
como, por exemplo: os jesuítas que serviam a Igreja católica e eram
responsáveis para repassar a religião para aqueles países que eram descobertos
por Portugal. Assim, todos poderiam fazer missões cumprindo o que está escrito:
“Ide, portanto, fazei discípulo de
todas as nações, batizando em nome do pai, e do filho, e do Espírito Santo; ensinando
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco
todos os dias até a consumação do século” ( MT 28:19 e 20. )
Alguns países se destacaram em fazer
missões é o caso da Alemanha que tornou–se a maior nação missionária do século
XVIII, esse movimento deixou a dedicação como marca impagável para as pessoas
que desejam fazer missões.
Os Morávios foi um outro movimento que
apostavam nos leigos pra fazer a obra missionária, não enfatizava o teológico
por acreditar em uma vida pratica de devoção e entrega a Deus. Os missionários
que se sustentavam pois a comunidade não tinha recursos, as principais
características desse movimento são: obediência espontânea, a paixão por
Cristo, a coragem diante do perigo e a tenacidade de propósito. Dentro da
missiologia eles se destacaram na missão por considerá-la uma marca da Igreja, atividade
missionária secundaria, o discernimento para onde o Espírito está soprando,
viam a obediência missionária como fruto onde o espírito humilde e de serviço, acreditavam
ainda que a mensagem não deve ser imposta a ninguém e que o espírito é livre.